03 diciembre 2006

Adormeci no cinema e não vi o filme!

O bilhete não dizia em lado nenhum que era para um filme. E de facto, durante as 2h44m da sessão não vi filme nenhum. Fui convidado a contemplar a vida num mosteiro dos Alpes franceses. Sem música, sem artifícios, para poder procurar a intimidade com Deus (em silêncio e sem falta de tempo), tal como o fazem os monges cartuxos. Como diz a sinopse "um documentário que não representa um mosteiro, mas que se transforma num mosteiro".



Parece interessante a ideia... Ao fim de 5 minutos já dormia. Passado meia hora acordei. E ainda tinha mais de 2h para poder aproveitar uma das melhores idas ao cinema de sempre.

A busca de Deus é muitas vezes assim. Ao início parece uma seca. Não acontece nada. Durmo. Farto-me. Apetece-me desistir. Se insisto e fico, aos poucos começo a entrar numa outra lógica, que me permite valorizar todas as coisas de forma distinta, que dá sentido, que me coloca com Deus. Que me dá uma paz calma, sem maquilhagem.

Perguntaram ao realizador (o alemão Philip Gröning) se através deste documentário o espectador entende o que fazem os monges. Respondeu: "Não é algo que me importe. O meu filme não tem que dar resposta a todas as perguntas. [...] Hoje em dia estamos literalmente bombardeados de informação. O que falta - e que cada um deve descubrir em si mesmo - é o significado das coisas."


Infelizmente, acho que O Grande Silêncio não passará em Portugal. Noutros países, passou, com sucesso, nos circuitos comerciais.

2 comentarios:

José Brito,sj dijo...

gostei muito da sensibilidade que este post demonstra
deve ser uma pessoa muito especial.
ja agora quando tiver tempo visite o meu blog. vai ver que tem la uns textos que também dão para dormir... de grande que são!
até à próxima vez que nos encontrarmos!

J dijo...

Tenho muita pena que não chegue as salas Poruguesas, porque das criticas que li, todas afirmam que o filme vale muito a pena.

Obrigado pela sua partilha.

Beijinhos