Esta expressão surge no contextos dos inícios da Companhia de Jesus.
Os primeiros Jesuítas experimentaram-se chamado a um mesmo caminho e a partir daí a criarem entre si laços de uma forte amizade que passava pela partilha espiritual mas também por momentos muito simples de passeios, conversas, ...
Quando entrei no noviciado e ouvi esta expressão confesso que tive dificuldade em entendê-la. Pareceu-me na altura que o «no Senhor» soava a uma desculpa para ao espiritualizar a amizade, nos dispensar de amizades particulares e concretas. Entendi-o mal...
Naturalmente que, ao longo da minha experiência de companhia, fui crescendo em amizade com outros companheiros, que fui percebendo mais profundamente o sentido de corpo próprio da nossa vocação...
Claro que há companheiros que me conhecem melhor que ninguém. Que sabem de mim o mais débil e que me ajudam a vivê-lo, a reconhecer a Graça que por aí passa.
Mas confesso que só recuperei o verdadeiro sentido daquela expressão, quando partilhei com um amigo leigo uma missão. Da partilha dessa missão, a que ambos nos sentiamos chamados por Deus, foi nascendo uma amizade profunda, de vida partilhada. Da dor e da alegria aí experimentadas, surgiu uma cumplicidade cheia de liberdade. Foi o entusiaismo desse meu amigo pela expressão «amigos no Senhor», que me fez perceber a fundo o sentido desta frase com que eram identificados os Primeirios Companheiros jesuítas.
Agora já sou capaz de ler a história das minhas amizades na companhia a partir desta expressão.
